Los Angeles (EUA), 25 jun (EFE).- Genial, excêntrico, cheio de         manias, único... Faltam adjetivos para definir a figura do         cantor americano Michael Jackson, que ao morrer hoje em Los         Ageles, aos 50 anos, entrou para a história da música como         "o rei do pop".
Canções como "Thriller", "Beat It",         "Billie Jean", "Bad", "Smooth         Criminal" e "Heal the World" foram algumas das         pérolas musicais que o músico deixou de herança para o mundo.
Mas, como todo grande artista, Michael também protagonizou         polêmicas e escândalos. O mais significativo destes, sem dúvida,         aconteceu em 2005, quando o cantor foi a julgamento após ser         acusado de pedofilia.
Michael foi um menino prodígio. Estreou no palco aos 4 anos e aos         12, como integrante do grupo Jackson Five, formado por seus         irmãos, ficou famoso no mundo todo.
Em 1979, com a música "Don't Stop 'Til U Get         Enough", o artista, então com 20 anos, ganhou o primeiro de         seus 13 Grammy. Mas foi em 1982, com o lançamento do disco         "Thriller", que Michael virou um dos maiores artistas         de todos os tempos.
Com o álbum, o cantor revolucionou a música pop tanto com suas         canções como com seus célebres vídeos. Tanto que até hoje os         zumbis do clipe de "Thriller" e os passes de dança de         "Billie Jean" ainda são referência.
"Ele dançava como se estivesse dentro da música", disse         uma vez o coreógrafo Jeffrey Daniels, que trabalhou com Michael         quando este estava começando a carreira.
"Thriller", reeditado em 2008 em comemoração os 25 anos         de seu lançamento, vendeu 100 milhões de cópias no mundo todo,         ganhou oito Grammy e faturou quase 60 discos de platina, o que         rendeu ao cantor o título absoluto de "rei do pop".
Depois desse primeiro grande sucesso, Michael lançou outros         discos memoráveis, como "Bad" (1987) e         "Dangerous" (1991). Mas, a partir daí, sua carreira         começou a afundar e seu nome passou a ficar mais conhecido por         suas excentricidades que por seu talento.
Apesar das várias tentativas para destroná-lo, Michael nunca         abdicou de seu título. No ano passado, em comemoração aos seus         50 anos, lançou no mundo todo uma coletânea de sucessos chamada         "King of Pop".
Tão conhecida como suas músicas ficou a vida pessoa do artista.         Michael se casou duas vez. A primeira foi com Lisa Marie         Presley, filha do "rei do rock" Elvis Presley. Já a         segunda foi com a enfermeira Deborah Rowe, mãe de dois de seus         filhos, Prince Michael e Paris.
O cantor ainda teve um terceiro filho, Prince "Blanket"         Michael Jackson II, cuja mãe ninguém sabe quem é.
Excêntrico, nos últimos anos, o músico foi flagrado várias vezes         vestido de mulher. Na década de 90, também foram vários os         rumores de que ele dormia numa câmara de oxigênio para não envelhecer.
Sobre sua fisionomia, que mudou significativamente desde que         ficou ficou mundialmente conhecido, Michael admitiu fez duas         cirurgias no nariz e uma para ficar com uma covinha no queixo,         segundo a autobiografia "Moonwalk" (1988).
Já sobre a mudança na cor da pele, o cantor atribuiu-a à doença         conhecida como vitiligo, que causa despigmentação.
Depois do declínio na carreira, Michael passou por apuros         financeiros, a ponto de quase ter vendido o famoso rancho         "Neverland", construído em 1988 numa área de 11 mil         metros quadrados.
Todos esses escândalos mancharam a imagem do cantor como artista         intocável, cujo interesse pelos desfavorecidos e especialmente         pelas infâncias valeu-lhe o título de Embaixador da Boa Vontade,         que recebeu em 1992 das mãos do então presidente americano,         George Bush.
Uma década depois, o músico recebeu da Fundação Mikhail Gorbachov         um prêmio concedido a "personalidades que contribuíram para         um mundo melhor e mais humano".
Numa última tentativa de se relançar, Michael anunciou em março         sua volta aos palcos após mais de dez anos sem fazer turnês         internacionais. Os shows, 28 ao todo, aconteceriam entre julho e         setembro. EFE

